Mel Lisboa refletiu sobre o impacto de sua estreia como protagonista na televisão ao participar do Sem Censura, da TV Brasil. A atriz contou que foi fortemente hipersexualizada após viver Anita na minissérie Presença de Anita (2001), da Globo, e que, apesar de tentar manter o foco no trabalho, o processo foi emocionalmente desafiador.
“Minha preocupação era fazer bem o trabalho como atriz. Era esse o meu desespero, porque se eu me expusesse daquela maneira e não fosse aceita, eu ia ruir”, explicou. Mel Lisboa destacou que sentia desconforto com as cenas de sexo e nudez, mas tentava concentrar-se na entrega artística. “Não é que era tranquilo fazer cenas nua ou de sexo, mas aquilo vinha junto do combo. Eu ficava desconfortável, sim, mas o mais importante era realizar a cena bem. Está pelada? Está! Mas, dane-se”, disse.
A atriz afirmou que a inexperiência pode ter ajudado a enfrentar as gravações. “Acho que minha ignorância me ajudou, porque se eu ficasse muito encanada com isso, talvez não conseguisse fazer o trabalho de uma forma mais entregue e buscando fazer bem uma coisa que eu mal sabia fazer, na verdade”, completou.
Mel Lisboa pontuou que as cenas exigiam muito emocionalmente, o que fazia com que a nudez fosse tratada como aspecto secundário na construção das cenas. “As cenas tinham uma carga dramática muito grande, então era realmente [a nudez] em segundo plano, era uma outra preocupação. Mas as consequências disso são enormes para os dois lados, realmente uma faca de dois gumes”, disse.
Mel Lisboa também admitiu que não conseguiu lidar bem com o assédio e a fama que vieram após a exibição da minissérie. “A hipersexualização da minha imagem foi muito forte. Eu era muito jovem, e eu não consegui lidar bem com aquilo. Não consegui lidar bem com aquilo, para mim foi muito assustador. Só que, na época, eu achava que eu estava lidando bem”, declarou.


